Não posso adorar o que não existe, o diabo não é criação da minha religião.

sábado, 24 de outubro de 2009

O relógio da historia da Terra caminha devagar.



O relógio da historia da Terra caminha devagar.

A terra vive – mas o relógio da historia da terra caminha devagar, se armássemos na paisagem câmaras fotográficas cinematográficas que a cada 100 anos tirassem automaticamente uma chapa, esse depois de 20 mil fotografias pudéssemos projetar o filme, poderíamos “ver” a vida da terra: as montanhas ondeiam como vagas. As paisagens movem-se como chapas de gelo flutuantes. Rochas despeçam-se como madeira podre. Os mares açoitam as costas dos continentes e engolem as dunas. Ilhas erguem-se dos oceanos como dorsos de golfinho e desaparecem novamente. As camadas de gelo dos pólos abrem-se como guarda-chuvas e tornam a fechar-se – a terra vive.
Mas o relógio da historia terrena é vagaroso. Suponhamos que a historia deste planeta se tenha verificado no período de 24 horas do relógio comum. Foi preciso 1 bilhão de anos para que na crosta esfriada da terra a vida evoluísse ate a categoria de vermes; 1 bilhão de anos ate que desses vermes, passando pelos estados de peixes e réptil, se formassem os mamíferos. (...) Com isso terminará o primeiro dia. Batel meia-noite e tal como nos velhos romances apareceu o espírito, surgiu o homem primitivo se distinguisse dos animais pela sua “atividade humanas”, isto é, acendendo fogo na floresta, juntando pedras como muralha e arma contra inimigos, e, à, noite, cobrindo-se com folhas. Com isso, iniciou-se o segundo dia da historia da Terra, que conduziu do homem-macaco até Goethe, e do aglomerado de pedras até a catedral de São Paulo – mas no relógio da historia da terra? 24 segundos. Depois de 24 horas de historia do reino animal, 24 segundos de gênero humano.

(KAHN, Fritz. O livro da Natureza. São Paulo, melhoramento, 1963, 4ª edição, p. 199-200.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário