Não posso adorar o que não existe, o diabo não é criação da minha religião.

domingo, 15 de novembro de 2009

Animais em Extinção



Mais de 90% das espécies que até hoje existiram desapareceram ao longo do tempo. De início, a extinção deveu-se a fenómenos naturais. Depois, tornou-se cada vez mais a actividade humana a responsável pelo desaparecimento de espécies.
    Pouco se sabe sobre o processo de extinção de espécies, que também se pode considerar como um passo da evolução, visto que a eliminação das espécies antigas deixa lugar a espécies novas. É provável que os predadores e as mudanças ambientais tenham desempenhado um papel importante na extinção de populações do passado. Admite-se que é a adaptação a força mais importante que provoca a extinção de uma população. É esta mesma força que dirige a evolução. Ao longo do tempo, uma população pode adaptar-se de maneira tão específica ao seu ambiente e atingir tal especialização que não tem condições de resistir a alterações ambientais.

    Quando os humanos apareceram, aprenderam a matar organismos como fonte de alimento, comércio ou desporto, alterando, com frequência, os meios ambientais naturais durante o processo. Desta maneira, a taxa de extinção foi-se elevando de maneira progressiva, até que no começo do século XX atingiu a taxa de uma espécie por ano.
    Na actualidade, quando os meios naturais são degradados e destruídos em todas as zonas do mundo, essa taxa deve ter-se elevado a uma espécie por dia. Alguns biólogos ainda a consideram elevada, admitindo que, em meados do século XXI, a extinção possa atingir a quarta parte de todas as espécies. É entre os invertebrados e especialmente entre os insectos que a taxa de extinção é mais elevada hoje em dia.
    Atendendo à sua escala e ao tempo necessário, este processo de extinção representará um desastre maior que qualquer outra extinção ocorrida desde o começo da vida. Poderá exceder a “grande extinção” dos dinossauros e suas famílias, assim como organismos a eles associados, há cerca de sessenta e cinco milhões de anos, quando desapareceu uma grande parte das espécies da Terra.
Quando os biólogos referiam que se estava a perder uma espécie por ano, referiam-se quase exclusivamente aos mamíferos e aves, que representam no total cerca de 13 000 espécies.
    Tal e qual como o órgão que se atrofiou não volta a desenvolver-se, uma população extinta não torna a aparecer (lei da irreversibilidade da evolução).
    Os humanos determinaram a extinção de muitas espécies, quer através da predação, quer pelo facto de terem desorganizado de tal maneira o ambiente natural de certas populações que tornaram impossível a sua sobrevivência. Por esse motivo, algumas espécies vivem actualmente à beira da extinção.

As extinções acontecem actualmente a um ritmo acelerado. Foi estimado que diariamente se extinguem cerca de 100 espécies, a maior parte delas ainda desconhecidas para a ciência. O maior número de extinções terá ocorrido apartir do século XVII, calculando-se que desde então tenham desaparecido do nosso planeta cerca de 486 espécies animais e 600 de plantas, e que outras 3565 espécies animais e 22137 de plantas estejam actualmente ameaçadas de extinção. 

O Novo Mundo e a Ásia têm a maior contribuição para o actual cenário de perda de espécies, sendo a Indonésia,India, Brasil e China os países com maior número total de espécies de mamíferos e aves ameaçadas. Quanto às plantas, o seu declínio faz-se sentir sobretudo na América do Sul e Central, África Central e Ocidental e no Sudoeste Asiático.

Embora a extinção seja um processo natural, tendo-se registado ao longo dos milhões de anos da história da Terra o aparecimento e desaparecimento de inúmeras espécies, sabe-se que mais de 75% das extinções históricas foram provocadas por acção do Homem.

Recuperar espécies em risco
Na perspectiva da conservação da biodiversidade do nosso planeta, têm-se dirigido muitos esforços no sentido de controlar a extinção das espécies.
Neste processo, o primeiro passo é identificar quais as espécies que se encontram em risco de extinção, ou seja, avaliar o estatuto de ameaça das espécies. Nesta avaliação, confundir abundância com invulnerabilidade é um erro frequente; com efeito, uma espécie em declínio pode ser relativamente comum até pouco antes de se tornar rara.
Basicamente, os declínios podem ser detectados através da avaliação da tendência populacional, traduzida na variação do número de indivíduos. Mas a contracção da área de ocorrência de uma espécie é outro um sinal de potencial problema, que também evidencia um declínio.



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